Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas sofrem com depressão no mundo, tendo esse número aumentado mais de 20% desde 2005. E como tratar a depressão? ATIVIDADE FÍSICA!
Qual a relação entre depressão e a atividade física
Costa et. al (2007) define que a depressão é caracterizada por tristeza, baixa da auto-estima, pessimismo, pensamentos negativos recorrentes, desesperança e desespero e causa, fadiga, irritabilidade, retraimento social e pensamentos suicidas. Nesse sentido, a atividade física é uma excelente forma de curar e prevenir a doença.
Vários estudos apontam à possibilidade de pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental do que sedentários.
Alguns estudos apontam que a prática de atividade física promove a liberação de endorfinas, hormônio do prazer, provocando euforia natural e sensação de bem-estar, aliviando sintomas da depressão. Outros teóricos afirmam que o exercício regula a neurotransmissão da noradrenalina e serotonina, também aliviando os sintomas da depressão.
Sendo assim, o exercício tem aparecido como um recurso valioso no tratamento da depressão. Recente estudo realizado por Gordon et al. (2018) confirma que a prática de musculação está associada a redução nos escores de depressão, independente do volume do treino, estado de saúde e ganho de força.
Os resultados foram ainda melhores para as pessoas com os maiores níveis de depressão. Sobre aspectos práticos, os treinos menores que 45 minutos e com supervisão direta foram os mais eficientes, talvez por conta da interação social ao qual foram submetidos.
Os autores sugerem que pode ser interessante aumentar a intensidade para fazer sessões curtas e também abordam que as interações sociais podem exercer influência importante na eficiência do treino.
Alguns estudos abordam que a prática esportiva promove a liberação de endorfina, o hormônio do prazer, e de outros neurotransmissores por trás da sensação de bem-estar. Experimentos recentes mostram que suar a camisa também estimula o crescimento de células nervosas no hipocampo, região do cérebro que rege a memória e o humor.
Os efeitos da atividade física no controle da depressão
Estudo realizado por Cheik et al. (2003) mensurou os efeitos da atividade física na depressão em indivíduos idosos e comparou 3 grupos diferentes, sendo um de lazer, outro controle e outro de esportivas.
O grupo dos praticantes de atividade física de forma regular foi o que obteve os melhores resultados, diminuindo ainda mais os escores indicativos para ansiedade e passaram da classificação de levemente deprimidos a não deprimidos.
A melhoria fisiológica e metabólica decorrentes do exercício físico com a maior liberação de alguns neurotransmissores como a noradrenalina e a serotonina desencadeou na diminuição dos escores de ansiedade.
Os dados observados no estudo sugerem que a prática regular de exercícios físicos orientados com parâmetros fisiológicos obtidos em uma avaliação cardiorrespiratória e ou ergoespirométrica, e com o treinamento em intensidade e volume correspondente ao limiar anaeróbio e ou limiar anaeróbio ventilatório pode auxiliar na redução dos escores indicativos para a depressão e ansiedade em idosos com mais de 60 anos.
Nos Estados Unidos, o Instituto Black Dog, fundação que ampara e subsidia estudos sobre a saúde mental da população, fez um levantamento englobando quase 34 mil adultos ao longo de 11 anos concluindo que os praticantes regulares de atividade física enfrentam uma menor probabilidade de ter manifestações da doença com o passar do tempo.
A análise indicou que 12% dos casos de depressão poderiam ser prevenidos se todos os participantes tivessem feito pelo menos uma hora de exercício por semana. A ausência de atividade física aumenta o risco em 44% de apresentar a doença. Ou seja, sedentarismo pode levar sim a depressão!
Segundo Costa et. al. (2007) a condição física se encontra positivamente ligada à saúde mental e ao bem estar. A depressão grave ou severa pode exigir um tratamento profissional com prescrição de medicamentos, psicoterapia e outros tratamentos.
A atividade física, portanto, serve como um excelente complemento, produzindo efeitos emotivos benéficos em quaisquer idades e sexos.
A depressão está associada a uma alta incapacidade e perda social. A prática de exercícios regulares, além dos benefícios fisiológicos, acarreta benefícios psicológicos, tais como: melhor sensação de bem estar, humor e auto-estima, assim como, redução da ansiedade, tensão e depressão.
Além disso, a prática de atividade física ao ar livre e com mais pessoas promovem o relacionamento interpessoal e a maior interação entre pessoas e natureza, reduzindo o estresse, aumentando energia, sensação de bem-estar e positividade.
A atividade física serve como uma ótima intervenção para indivíduos depressivos, contudo é necessário avaliar a complexidade de cada problema, criando estratégias e adaptações ao treinamento, motivando sempre o aluno. A empatia e o trabalho multidisciplinar são ferramentas importantes na luta contra a doença.
Tratamento e prevenção da depressão
Proporcionar um estilo de vida mais saudável e divertido! Esse é o propósito do FunFute, então segue algumas dicas de tratamento e prevenção:
- Ter uma dieta equilibrada;
- Praticar atividade física regularmente;
- Combater o estresse concedendo tempo na agenda para atividades prazerosas;
- Estar em contato com pessoas que te façam bem;
- Evitar utilização de álcool e cafeína em excesso.
- Rotina de sono regular;
- Não interromper tratamento sem orientação médica.
Então utilize a atividade física como uma excelente terapia para auxiliar no tratamento da depressão, além da psicoterapia e prescrição medicamentosa. No mais, cola no FunFute que, com certeza, vai se divertir muito e ter muito resultado!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBANTI, EJ. Efeito da atividade física na qualidade de vida em pacientes com depressão e dependência química. Rev Bras Ativ Fís Saúde, v.11 n.1, p 37-45, 2006.
CHEIK et. al. Efeitos do exercício físico e da atividade física
na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Revista Brasileira Ciências e Movimento, Brasília, v. 11 n. 3, p. 45-52, jul./set. 2003.
COSTA et. al. Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão. Revista do Departamento de Psicologia – UFF, v. 19 – n. 1, p. 269-276, Jan./Jun. 2007.
MORAES et. al. O exercício físico no tratamento da depressão em idosos: revisão sistemática, Revista Psiquiatria do Rio Grande do Sul,. v. 29 n. 1, p. 70-79, 2007.